RELÓGIO

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

RITA COELHO, UM GESTO PARA A HISTÓRIA

        RITA ANTÔNIO COELHO, casada com militar, “senhora de casas e escravos”, nasceu presumivelmente em Natal, em data não registrada pelos historiadores. Faleceu nessa mesma cidade, em 1857.
         Em 1817, com um gesto de coragem e respeito à dignidade humana, Ritinha Coelho conquistou seu lugar na História. Para situá-la no contexto histórico, vale lembrar que no início do século XIX ocorreram muitas transformações no Brasil. De Colônia, o Brasil passa a Reino Unido, depois separa-se da metrópole e se torna Império. Antes mesmo do movimento constitucionalista, que impôs ao rei D. João VI o retorno a Portugal e a nomeação do príncipe regente, a insatisfação popular e a crise em todos os setores da economia já delineavam um ideário republicano. Cinco anos antes da Independência proclamada por D. Pedro I, eclodiu nas capitanias de Pernambuco e do Rio Grande do Norte a chamada Revolução de 1817, que implantou um governo republicano de curtíssima duração.

           Na Capitania do Rio Grande do Norte o líder da revolução foi André de Albuquerque Maranhão, capitão-mor da Vila de Arez, Vila Flor e da freguesia de Goianinha. Conhecido como “O Senhor de Cunhaú”, André de Albuquerque destituiu e prendeu o governador da Capitania, o tenente-coronel José Inácio Borges e, a 29 de março de 1817, instalou em Natal uma junta que governou exatamente 27 dias.

         Em 24 de abril, cercado por monarquistas e não contando com um maior envolvimento de alguns membros da junta governativa, André de Albuquerque foi assaltado por contra-revolucionários e ferido por uma espada na região inguinal. Levado para a Fortaleza dos Reis Magos, agoniza em cela escura até morrer no dia seguinte. Ritinha Coelho morava na rua Senador José Bonifácio, depois rua das Virgens, bairro da Ribeira, local de passagem do funeral do ex-líder revolucionário.

        Na manhã do enterro, o cadáver vinha nu, sob escolta, exposto à execração pública. Ritinha Coelho deteve a escolta de um junco conhecido como piripiri. Nenhum soldado ousou detê-la e o cadáver de André de Albuquerque Maranhão voltou a ser conduzido, coberto por um inesquecível gesto de solidariedade.
FONTE: A MULHER POTIGUAR – CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA

CLARA DE CASTRO, A DESTEMIDA

          De família religiosa, irmã de quatro sacerdotes, Clara Joaquina de Almeida Castro nasceu em Natal, provavelmente em 1769, e faleceu no Ceará, em data não registrada.

           Clara, que residiu em Olinda desde os 15 anos, tem seu nome ligado à Revolução de 1817, de ideais republicanos, que eclodiu nas capitanias de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. O governo revolucionário teve curtíssima duração (de 29 de março a 25 de abril) revelou covardes e traidores, mártires e heróis. O maior herói da insurreição foi o padre Miguel Joaquim de Almeida Castro, o padre Miguelinho, que contou com a participação de sua irmã, Clara de Castro, para salvar a vida de inúmeros rebeldes.Comungando com os ideais revolucionários, Clara uniu-se ao irmão na euforia da vitória e, depois, no amargor da derrota. Cheios de coragem e solidariedade, os dois irmãos protegeram os companheiros, salvando-os de julgamento e morte, ao destruir todos os documentos que poderiam comprometê-los diante da fúria monarquista. Isso ocorreu na última noite de liberdade do padre Miguelinho, de 20 para 21 de maio de 1817.
        O revolucionário Miguel Joaquim de Almeida Castro, o padre Miguelinho, foi preso, julgado e executado no Campo da Pólvora, Bahia. Clara também esteve na prisão, mas foi posta em liberdade por falta de provas.Dois anos depois, aos 50 anos de idade, Clara teve outro gesto que demonstra seu destemor, suas idéias muito ousadas para a época. Conhecedora da doutrina católica, criada numa família cristã que dera à Igreja quatro sacerdotes, decide se unir matrimonialmente com o sobrinho, Inácio Pinto de Almeida Castro, sem abdicar do casamento nem de sua religião. Durante a celebração de uma missa, no momento da elevação da hóstia, Clara leva seu noivo a desafiar os impedimentos canônicos e a reação familiar, e se declaram “marido e mulher, segundo a lei de Deus.” Tinha preferido recorrer diretamente à presença divina, sem se ater às exigências da Igreja ou às atenções do celebrante.
          Clara de Castro, a destemida, consagrou o próprio casamento e, em paz com a sua consciência cristã, foi morar com o marido em Fortaleza.
FONTE: A MULHER POTIGUAR - CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA


CLARA CAMARÃO, ÍNDIA GUERREIRA

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Sou mossoroense, com muito orgulho. Sou Subtenente da RR da gloriosa e amada Polícia Militar