De família religiosa, irmã de quatro sacerdotes, Clara Joaquina de Almeida Castro nasceu em Natal, provavelmente em 1769, e faleceu no Ceará, em data não registrada.
O revolucionário Miguel Joaquim de Almeida Castro, o padre Miguelinho, foi preso, julgado e executado no Campo da Pólvora, Bahia. Clara também esteve na prisão, mas foi posta em liberdade por falta de provas.Dois anos depois, aos 50 anos de idade, Clara teve outro gesto que demonstra seu destemor, suas idéias muito ousadas para a época. Conhecedora da doutrina católica, criada numa família cristã que dera à Igreja quatro sacerdotes, decide se unir matrimonialmente com o sobrinho, Inácio Pinto de Almeida Castro, sem abdicar do casamento nem de sua religião. Durante a celebração de uma missa, no momento da elevação da hóstia, Clara leva seu noivo a desafiar os impedimentos canônicos e a reação familiar, e se declaram “marido e mulher, segundo a lei de Deus.” Tinha preferido recorrer diretamente à presença divina, sem se ater às exigências da Igreja ou às atenções do celebrante.
Clara de Castro, a destemida, consagrou o próprio casamento e, em paz com a sua consciência cristã, foi morar com o marido em Fortaleza.
FONTE: A MULHER POTIGUAR - CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA
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